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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Palácio que ninguém vê

Foto: Divulgação Internet

O Palácio do Catete foi construído entre 1858 e 1867, consagrado como um símbolo de grande importância histórica tornou-se invisível no vai-vem das pessoas que passam por perto. Com o comércio predominante na rua do Catete e com a correria do dia-a-dia, quase ninguém sente curiosidade para entrar e conhecer a história do Museu da República.

Durante o mandato do Presidente Prudente de Moraes, em abril de 1896, o palácio foi adquirido pelo Governo Federal, para sediar a Presidência da República. Além de ter sido a residência do Presidente Getúlio Vargas e de outros grandes nomes, ali, não é só a casa onde Getúlio se suicidou. Nesta mansão há um museu, com exposições, lançamento de livros, sala de cinema- pela metade do preço- teatro, biblioteca e um belo jardim com muitas atividades para crianças e adultos.

O Palácio das Águias do Catete faz parte da História de todos que passam por ali e não têm noção de que aquela casa foi palco de grandes acontecimentos políticos, como por exemplo, a implantação do Cruzeiro, em 1989, como sistema monetário nacional; a recepção aos Reis da Bélgica, em 1920, e a hospedagem do Papa Pio XII, em 1934. Um fato interessante aconteceu quando, em 1914, a esposa do Presidente Hermes da Fonseca a grande caricaturista Nair de Teffé, organizou um sarou, onde pela primeira vez uma mulher se apresentou: Chiquinha Gonsaga, compositora e maestrina de música popular.

O palácio do Catete foi Sede do Poder Republicano por quase 64 anos. 18 presidentes ocuparam suas instalações. O presidente Juscelino Kubitschek encerrou a era presidencial da casa, ao eleger Brasília como a nova Capital Federal, em abril de 1960. A partir daí o Palácio passou a ser conhecido como Museu da República.

Nas grandes cidades, os monumentos que documentam a História, acabam se tornando transparentes e se perdem no meio dos grandes edifícios. Apesar disso, para os conhecedores da cultura, nada ofusca a beleza incomparável dos vários estilos arquitetônicos.

O Rio de Janeiro, segunda capital do Brasil, contém um verdadeiro leque cultural, mas, por ser muito grande, pela falta de conhecimento ou ainda, falta de tempo, torna-se invisível aos olhos de quem passa diariamente por suas ruas.

Cida Alves